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A Educação Oriental

Caros leitores,

ontem foi comemorado o dia das mães e além das celebrações e dos apelos comerciais que esta data traz, alguns assuntos na relação pais e filhos ou, em especial, mães e filhos, vêm à tona para serem repensados. A influência da educação dos pais é tão forte na vida de uma criança, que a maioria de seus problemas na vida adulta dizem respeito à traumas na infância. Há duas semanas, na empresa onde trabalho, participei de um sarau literário, como parte de um projeto do núcleo de comunicação organizacional, onde a discussão foi sobre o livro “Grito de guerra da mãe-tigre”, da chinesa Amy Chua. A autora faz um relato da educação que dava às filhas nos Estados Unidos, contrastando totalmente com a maneira ocidental de educar.

Ontem, um programa de televisão também apresentou uma reportagem colocando em discussão o modo de educar oriental e o modo de educar ocidental. Eu ainda não sou mãe, mas como filha, senti na pele a cobrança e as exigências de uma mãe rígida e os bons resultados que esse cuidado todo me trouxe. E acredito que em meio às loucuras atuais do mundo e de tantos valores invertidos eu tendo a ser uma mãe bastante disciplinadora. Mas isso mesmo eu só poderei saber quando eu for mãe.

A experiência de Amy com as filhas demonstra que o maior objetivo dela era cumprir uma missão, olhando a maternidade como missão (e será que ela realmente não é?). Preencher os horários dos filhos com aulas de idiomas, reforço em cálculo, aulas de música e leitura são maneiras de moldar o caráter e fazer a criança ter sua própria identidade. Essa maneira de educar choca muito porque no Ocidente e, especialmente, no Brasil, fomos perdendo a noção da importância das palavras limite e disciplina. Talvez o jeito oriental de educar não seja o ideal (convenhamos que a perfeição não existe), mas será que nós não estamos dando muito poder de decisão às crianças?

O crescimento da China e o poder de superação e desenvolvimento japonês no pós-guerra nos mostram muito mais do que a capacidade de crescimento desses povos. Esses são clássicos exemplos do sucesso que vem por meio de disciplina, paciência e dedicação. Os japoneses são conhecidos pelo seu conhecimento, criatividade e poder de inovação (especialmente a tecnológica).  E países como o nosso?

Talvez não seja necessário chegar ao extremo oriental, assim como também não tem feito bem às nossas crianças esse excesso de poder dado a elas, que é típico do ocidente. Mas passado o dia das mães, vale repensar a questão… pois as crianças crescem e o que elas aprendem a ser elas carregam para o resto da vida.

Por Marcela Conceição

 

 

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