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A influência cultural no comportamento

Queridos leitores,

Uma das observações mais constantes que faço no cotidiano do trabalho e nas relações com profissionais de diversos segmentos, é o quanto os códigos de conduta dentro de um determinado lugar influenciam a forma como as pessoas vivem, pensam e agem. Tem sido assim ao longo do tempo e se torna mais perceptível quando o assunto é carreira e mercado de trabalho.

É grande o número de pessoas que têm medo de mudar de área, empresa e, em último caso, de profissão. Você já se perguntou quantas pessoas foram levadas a atuar profissionalmente em uma área que não era exatamente o sonho de suas vidas? E não precisa ir muito longe: você atualmente está posicionado onde sempre sonhou?

Se sua resposta foi negativa, não se preocupe. Você apenas faz parte de um grande grupo de profissionais que ainda têm sonhos, todavia por razões, geralmente relacionadas ao contexto cultural, sentem medo de apostar na mudança e no redirecionamento de carreira. No Brasil, carregamos, ainda, uma cultura cujas correntes fluem contra o espírito empreendedor. Vejamos alguns exemplos de falácias que nós, brasileiros, insistimos em dedicar crédito:

1. Não troque o certo pelo duvidoso: essa é a clássica sentença que costumamos ouvir de nossos pais e, eles não têm culpa por pensar assim, pois eles viveram tempos de muitos problemas no país nas áreas social e financeira e arriscar uma nova carreira ou um novo emprego, para eles, pode parecer insanidade. O que você precisa entender é que todo e qualquer risco deve ser calculado e que se você resolver apostar em uma atividade que domina, tem conhecimento, embasamento e que, principalmente, vai fazê-lo mais feliz, siga!

2. Estabilidade é o caminho: Quando eu era criança, eu lembro que meu pai sempre falava que na época dele o melhor emprego era ser funcionário do Banco do Brasil. Essa é bem clássica e você também em algum momento deve ter ouvido isso em sua família. A questão é que antes do neoliberalismo entrar no país, ser funcionário público era um grande negócio, mas se você não tiver vocação tampouco interesse em se aposentar como tal, a estabilidade não agregará nenhuma emoção ou valor à sua carreira.

3. Fazer carreira: Outro pensamento culturalmente eternizado em nossa sociedade é o de que profissional bom é que faz carreira em uma empresa. Mas e se você, embora esteja bem posicionado em uma empresa, é movido a investir em um desafio totalmente novo em uma empresa diferente, com pessoas e cultura organizacional diferentes? No panorama de mercado que temos hoje, quanto mais experiências você tiver, a possibilidade de amadurecer e se tornar um profissional de visão e expertise é muito maior. Não deixe grandes oportunidades passarem por você!

4. Mais vale um pássaro na mão…: Eis um dos principais temores de nós, brasileiros: a possibilidade de… enriquecer! É isso mesmo. Eu percebo que de todas as péssimas heranças que carregamos de nossa colonização luso-religiosa é o sentimento de culpa que parece que temos que sentir desde que nascemos e que por muitos anos foi reforçado pela antiga Igreja Católica. Parece errado ganhar dinheiro, uma ofensa. Mas a pergunta é: se você produz algo bom e atrativo para o mercado com sua força de trabalho, por que não usar isso para prosperar?

O mais importante é entender que trabalho gera produtos e bons produtos geram riquezas e prosperidade. Não há nada de mal nisso. Que tal tentar mudar de mentalidade e apostar mais em seu potencial?

Por Marcela Conceição Brito

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