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A melhor dor do crescimento

Caros leitores,

Já perdi as contas de quantas vezes passei pela dor do crescimento. Quem me acompanha pelo blog sabe que eu tenho uma carreira bem dinâmica e fui muito abençoada pela oportunidade, em menos de dez anos de carreira, de ter vivido em três estados diferentes e ter experimentado viver em três capitais brasileiras. Já faz um bom tempo que eu não escrevo desde que minha vida passou por uma reviravolta em um período de grande alegria, confraternização familiar e no auge dos meus planos de vida para 2014. De abril a outubro eu trabalhei para o alto escalão da empresa à qual faço parte. A despeito do status por estar em um lugar de grande visibilidade, foram seis meses de estagnação, desmotivação e descontentamento pela falta de perspectiva, ambiente colaborativo e falta de paciência com pessoas *derrotadas.

A mudança já era esperada, mas como foi anunciada a mim a 3 dias de eu retornar de férias e na véspera da festinha do primeiro aniversário da minha filha, o impacto emocional foi quase inevitável. O que fez a diferença foi o que existe de melhor em mim: Deus e a minha família. Quem tem fé e família jamais poderá ser alguém derrotado. Esse sempre foi e continuará sendo ponto diferencial na minha vida. Bom, não caí, ou melhor, caí “para cima”, como costumam falar. Amanhã, 13/12, completarei dois meses de casa nova, na mesma empresa, mas com um clima ameno, ambiente favorável à criatividade e equipe que trabalha com foco na gestão colaborativa. Nada como ser a “ovelha negra” num rebanho de ovelhas sem potencial.

Esta, sem dúvida, foi a melhor dor do crescimento. Em menos de dois meses fiz muito mais do que jamais faria no alto escalão e essa experiência foi poderosamente fantástica. Eu fui removida da unidade porque falo demais, penso demais, defendo demais minhas convicções e me vendo de menos, ou melhor, não me vendo. Não me detenho, jamais. Eu pago o preço por ser eu mesma, mas esse preço sempre será menor do que ser quem alguém menos brilhante do que eu acha que eu devo ser. Eu paguei o preço da carga horária de trabalho. Trabalhava 30 horas semanais e envelhecia 1 ano todo dia. Hoje trabalho 40 horas semanais e rejuvenesço com a leveza de um trabalho tranquilo, com a liberdade de poder dividir meus pensamentos e ideias e com a graça de quem pode rir e ser quem simplesmente eu sou.

Eu mapeei em seis meses trabalhando em um ambiente competitivo (do pior modo possível) uma série de atitudes e comportamentos que nós, secretários executivos, jamais poderemos adotar em momento nenhuma da vida. Exatamente para não se tornar uma pessoa derrotada. Em 2015 terei muita satisfação em compartilhar esse conteúdo com vocês. Eu descobri que gente autêntica, feliz, criativa causa muito incômodo em ambientes profissionais mecanizados, onde as pessoas são mais robôs que profissionais. Eu sei exatamente onde eu feri e quem eu feri e isso me deixa em paz comigo mesma. Fui convidada a me retirar de um ambiente burocrático e emburrecedor para outro estratégico, de mentes pensantes e brilhantes, onde os talentos são vistos, aproveitados e reconhecidos.

Dois mil e quatorze está sendo um ano muito especial. Uma colega muito querida me falou que no meu ano teve de tudo. Licença maternidade, expediente corrido, expediente normal. Realmente, sou muito privilegiada e não posso reclamar. Estou concluindo o ano sabendo que eu não me vendi e aprendi a defender o que eu sei que é certo. Quem não deseja o certo que deve ser feito, não espere de mim o errado da conveniência. JAMAIS! Eu não comprei o meu diploma, eu não comprei a minha vaga de emprego. Tudo foi conquistado com meu grande patrimônio: conhecimento e eterno desejo em aprender.

Sigam-me os felizes e os que desejam continuar sendo livres no que sabem e no que fazem! Estou de volta, queridos, e agora com muitas novidades boas pela frente. O ano de 2014 ainda nem está perto de acabar para mim e dois mil e quinze já promete muitas oportunidades!

*adjetivo que eu uso para definir pessoas frustradas pessoal e profissionalmente.

 

Marcela Brito sou eu: cidadã do mundo, secretária executiva trilíngue, esposa, mãe, consultora de carreira, empreendedora, escritora, blogueira, eterna aprendiz e uma mente que não para de pensar em construir um bom legado para nós e os que vierem depois de nós.

 

 

 

Comentários (2)

  1. Ameiii.. texto perfeito,venho vivendo algo parecido no meu ambiente de trabalho,suas palavras me deram mais força ainda para entender que realmente eu estou no caminho certo!
    Parabéns!! um grande bjo!

  2. Daniela, fico muito feliz que tenha gostado do meu texto. É um grito de independência e uma prova de que não devemos nos dobrar diante do que está errado apenas para mantermos cargos, status, aparência ou seja lá o que for. Tudo tem um preço na vida, mas fazer o que é certo e não trair a si mesmo é a maior recompensa no trabalho. Como disse no texto, eu paguei um preço de carga horária, que aumentou, mas nem de longe se compara ao meu bem estar…
    Espero que Deus dê força e resistência a você, para que você consiga crescer profissionalmente sem pegar atalhos ou fazer algo errado.

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Marcela Brito - 2009-2021