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Feliz 10 anos de carreira!

Amigos leitores,

Hoje, 15 de janeiro de 2017, celebro duas datas muito, mas muito especiais: 13 anos longe do conforto da casa dos pais e 10 anos de carreira. Coincidências a parte, as duas datas representam um marco em minha vida. Há 13 anos eu deixava pai, mãe, familiares e o primeiro namorado (para uma adolescente de 16 anos isso era terrivelmente cruel). Esta sou eu: determinada, obstinada e muito, mas muito focada.

Quando você vive numa cidade provinciana, pequena e em um meio pobre em termos culturais (no meio de pessoas que passam o tempo a comentar a vida alheia – sim, esse era o meio dos meus familiares mais próximos!) e tem acesso por meio da escola à possibilidade de sonhar mais alto, você não pensa duas vezes antes de agarrar a primeira oportunidade.

Para cada escolha, uma renúncia. Não existe fase fácil neste jogo que chamamos de vida. Eu não hesitei em agarrar a minha oportunidade. Ela veio pela boa vontade dos meus avós maternos em me oferecerem uma chance que eu sabia que seria única. Era a minha única ficha e eu precisava pegá-la e não desperdiçá-la. Saí do Sudeste e uma professora insistia em me dizer que eu iria fazer o caminho inverso do desenvolvimento natural das pessoas que querem “crescer” na vida. Afinal de contas, para muitos conterrâneos meus, quem se dá bem indo embora pro Norte?

Eu ignorei a professora (uma das melhores que tive) e vários conhecidos (afinal de contas, quem daria ouvidos para um bando que mal sabe diferenciar Norte de Nordeste?). Eu sabia diferenciar e sabia para onde eu estava indo. Eu só não sabia o que iria vivenciar e o que todas as experiências depois de 15 de janeiro de 2004 iriam me proporcionar em termos de maturidade, visão de mundo e força de vontade.

Fui muito abençoada por avós que me deram todas as oportunidades, mas como nem tudo são flores e se não me engano existe um dito popular muito sábio que diz que ninguém vai tratar você como seu pai e sua mãe. E isso é verdade. Normal, especialmente porque eu não crescera ao lado deles. A infra foi perfeita, mas o relacionamento começa a se tornar difícil com a convivência e quando você passa a não ser alguém que as pessoas querem que você seja. Dar uma oportunidade a alguém não implica em fazer com que esta pessoa faça tudo o que você quer. Acho que isso não foi bem alinhado no processo de mudança.

À parte dos conflitos familiares, normais em todos os lares, eu precisava provar pra mim mesma que, apesar da origem pobre e do suposto desnível social em relação a alguns membros da família, eu poderia ser melhor no que eu pudesse me propor. De suplente de empregada doméstica que fui chamada por uma tia até ouvir de um outro tio que eu jamais conseguiria, por exemplo, me dar bem profissionalmente no sul do país, em virtude de ser baixa, negra e não ter um sobrenome com brasão (sim, acreditem se quiserem!), muitas coisas aconteceram. Ah, quanta pobreza de espírito! Depois dessa temporada eu pude entender melhor a minha mãe, seu comportamento, suas dores, sua força e seu jeito defensivo de viver. Eu mesma me tornei assim por um tempo.

Em Belém eu encontrei minha válvula de escape nos livros e na companhia de bons amigos que olhavam para a mesma direção, que miravam o alvo bem no alto, bem no topo, rumo ao primeiro lugar do pódio. Amizade faz toda a diferença quando você está em conflitos dentro de casa. Dentre essas amizades, o amor aconteceu, em 2007, no mesmo ano do meu primeiro emprego.

Dois mil e sete foi um marco na minha vida, foi também o ano em que conheci Jesus e, creiam vocês ou não, Ele fez toda a diferença na minha vida. A fé e a palavra me sustentaram durante todos os dias em que vivi na Amazônia até o dia em que conquistei minha total independência. No Pará também tive as grandes e reveladoras experiências profissionais e foi o estado que me deu de presente dois gestores, que hoje são amigos e que considero meus eternos mentores.

Depois do Pará, teve Rio de Janeiro capital, onde também ganhei de presente amigas que me deram toda a força em outro momento crucial da minha vida. Em termos profissionais, foi na empresa onde eu tinha acabado de entrar que ficou muito claro o que as pessoas são capazes de fazer por… nada. Esta é minha conclusão. Tem gente que faz mal para os outros só para se sentir melhor. Um tipo de sociopatia. Vai saber!

Depois do Rio de Janeiro, teve e tem Brasília, minha grande descoberta e minha maior conquista. Aqui, no Planalto Central, celebro este marco, ciente de quem me quer bem e de quem são as pessoas, na data de hoje, que eu posso contar. Sem dúvida, minha postura em relação às pessoas é muito diferente, mas não me refiro ao tratamento (todos, absolutamente todos merecem nossa educação e respeito) e, sim, ao voto de confiança, àqueles que terão o privilégio de saberem de suas conquistas em primeira mão. Essa visão clara e lúcida só mesmo o tempo pode trazer.

Sou grata por cada dia destes dez anos de carreira, vividos com amor, dedicação, fé e muita paixão (sempre!). E a gratidão aumenta por eu estar realizando outro sonho, além de escrever, que era parte de um plano na cabeça de um grupo de jovens amigos de faculdade: empreender. Ao fim desta primeira década de carreira, embarco nessa experiência ousada e profunda do empreendedorismo.

A quem tem me acompanhado por aqui, deixo meu amor, meu abraço e minha gratidão. O blog foi o primeiro sonho realizado na trajetória de ousadia e “fora da caixa” que minha formação em Secretariado Executivo me trouxe. Agradeço, especialmente, ao meu marido Victor, que há mais de dez anos tem cuidado de mim, me estimulado e me ensinado como ser uma profissional melhor. Aos familiares e amigos do peito, que fui colecionando em cada empresa e em cada cidade que passei, o meu muito obrigada! Vocês também fazem parte da minha história de dez anos de sucesso (sim, sucesso é a vida que acontece sem ensaios, e que nos ensina na prática e com os erros).

E uma lição final: tudo passa, tudo realmente passa, mas você precisa passar, especialmente pelo que há de pior, para tudo isso um dia virar página na história da sua vida, assim como virou na minha.

Eu sou uma pessoa de sucesso: tenho Deus, uma família linda e amigos que me blindam com amor e cuidados!!

Marcela Brito sou eu: secretária executiva trilíngue, esposa, mãe, consultora de carreira, empreendedora, escritora, blogueira, professora, eterna aprendiz e uma mente que não para de pensar em construir um bom legado para nós e os que vierem depois de nós.

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