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O novo (velho) jeito de fazer relacionamento

Amigos leitores,

Relacionamento tem sido uma das palavras mais utilizadas no mercado, no ambiente corporativo e, até, em outros campos sociais neste século. Embora a prática, por muitas vezes, se distancie do discurso, o relacionamento é o maior negócio de pessoas e organizações pelo Brasil e pelo mundo. Contudo, quais os principais desafios na construção de um relacionamento de sucesso?

Relacionamento é a essência do que significa a palavra inglesa networking e, curiosamente, quando busco por imagens no Google com a palavra “relacionamento” chegam imagens de casais, imagens que retratam especificamente o relacionamento amoroso. E quando busco por networking, as imagens refletem o relacionamento de modo geral, nos negócios, como construção de uma relação que deve ser cultivada.

Se entendemos perfeitamente que bons relacionamentos geram frutos e promovem uma vida mais próspera e ordenada, tanto para nós quanto para os outros com os quais nos relacionamos, por que ainda temos problemas para construir pontes e insistimos em levantar muros? Quanto mais tomamos consciência da importância de termos relacionamentos com profundidade e verdade, mais nos aproximamos das pessoas por interesse, em diversos casos. O que está acontecendo com a humanidade?

Nunca fracassamos tanto nos relacionamentos como neste século. Saímos às ruas, eventos, instituições, investimos em uma imagem que transmita credibilidade, seriedade, profissionalismo, uma imagem quase inalcançável e, em um piscar de olhos, todo esse aparato distancia as pessoas ao invés de atrai-las. Ou então, nos damos uma importância tão grande que, provavelmente, nem temos e nos prostramos em nossos pedestais à espera de uma audiência que nos rogue atenção, palavra, orientação, ensinamento.

O homem mais inteligente da Terra, segundo Augusto Cury, e falo, sim, de Jesus (falo como homem e não como o Filho de Deus), tinha muito a ensinar e muito pouco tempo de vida carnal. Ele andava em direção onde estavam as pessoas e geralmente eram os mais necessitados, os mais sedentos, os mais famintos. Famintos de carne, famintos de palavra, famintos de aconselhamento, de direcionamento. Ele reunia milhares de pessoas em uma única apresentação que, hoje, certamente cobraríamos para receber. Ele cumpria a missão de compartilhar tudo o que sabia sobre nossa existência e forma de nos relacionarmos estando junto das pessoas, misturando-se a elas, fazendo-se igual. Ele se misturava às multidões, mas se destacava por sua habilidade ímpar de comunicação.

Por que não conseguimos fazer o mais simples? Em conversa com alguns alunos esta semana, eu comentava da importância de ensinar o básico a eles, como simplesmente abordar um profissional que se admire sem ser agressivo, invasivo, ofensivo e, principalmente, sem parecer interesseiro. Eles me olharam com olhos muito curiosos e alguns me responderam: “Sim, professora, eu preciso disso. Não sei como abordar uma pessoa”. Trata-se de voltarmos a nos conectar com alma e coração. Gente, isto não é história de consultor, de mentor, de palestrante, professor, seja lá o que for…

No dicionário da Língua Portuguesa, Aurélio, relacionamento é “ato de relacionar, de estabelecer uma ligação, uma conexão com algo ou alguém […]”. Ok, até aqui está ótimo. Observem que diz que é estabelecer uma conexão com algo ou alguém. Estabelecer uma conexão é bastante profundo, é mais do que trocar cartões, telefones, e-mails, seguir no twitter ou instragram. É se entregar ao outro, pressupõe tempo, energia, preocupação, dedicação e disponibilidade. Ficou claro por que estamos fazendo tudo errado? Por que não avançamos depois do primeiro café ou da primeira troca de e-mails quando insistimos em nos perguntar se o outro não vai nos oferecer um emprego ou nos dar um ingresso para um show, ou uma cortesia para um curso…

O que está errado é que esperamos demais do outro e não nos olhamos no espelho ao menos uma vez para nos fazer a seguinte pergunta: o que EU tenho a oferecer para que este relacionamento dê certo? Todos nós erramos, o tempo todo, todos os dias, com muitas pessoas, e geralmente ferimos as mais amadas (familiares e amigos íntimos), mas estamos sofrendo de indisponibilidade crônica.

Estamos sempre indisponíveis. Pense um pouco em como você pode reorganizar sua vida para melhorar esses fluxos e, então, teremos plenas condições de recomeçar e voltar a nos relacionarmos à moda antiga, a se importar com o outro, a ligarmos, a reservarmos não apenas uma hora do dia e, sim, uma tarde no fim de semana. Não parece fácil ter que fazer isso, mas é a nova (velha) maneira que teremos que retomar esse tipo de comportamento para que nossa vida ainda tenha sentido daqui para o final e que nossa raça (a humana) não seja extinta definitivamente da Terra. Somos seres sociais, é isso que nos diferencia.

Tenham uma excelente final de semana e até breve!

Marcela Brito sou eu: muitas mulheres, muitas facetas, uma só identidade. Alguém com missão, paixão e coragem.

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