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O filtro da sobrevivência

Amigos leitores,

Um dos passos mais importantes no processo de maturidade de vida é a capacidade que temos de filtrar pensamentos, reações, pessoas e situações. Com menos maturidade, nossa falta de autoconfiança e até amor próprio nos impele, em muitos momentos, a aceitar tudo o que vem dos outros e a estar em círculos de relacionamentos que não nos favorece, não nos valoriza e não nos agrega valor.

Nos últimos três anos, tenho vivido experiências extremamente enriquecedoras, tanto para meu crescimento quando para meu senso crítico. Sempre fui uma pessoa muito aberta, doce, agradável e disposta a doar meu tempo, energia e, até, recursos financeiros em benefício de outras pessoas. Não me arrependo. Ok, ninguém deve fazer o bem esperando reciprocidade, mas certamente todos nós esperamos o mínimo de reconhecimento e consideração. Isso, em muito momentos não aconteceu e eu sou grata por isso. Quando uma pessoa reage indiferente a você, muda de postura por quem você é, pelas pessoas que estão no seu círculo e ainda assim, usa sua rede de influência para se beneficiar, é a hora de dizer NÃO! #eunãosouobrigada (hashtag do Moara On, por Fernanda, uma das nossas convidadas).

O mundo diz: você precisa aturar, fazer a social, ser falso, porém simpático. Eu afirmo: não, eu só preciso filtrar e em meu nível de controle (que infelizmente acaba sendo mínimo) preciso demonstrar respeito por mim mesma, pelas pessoas que merecem minha atenção e força de trabalho e pelo meu próprio trabalho. Ao longo de três anos, de retomada ativa de ações em prol da construção dos meus objetivos profissionais, desde que cheguei à capital federal, muitas pessoas vieram. Algumas ficaram e permanecerão, outras se foram, e outras foram lindos aventureiros, aquelas paixões avassaladoras, que te cegam e te impulsionam a mover céus e terras por elas. E no final… não fica nada, a não ser a própria lição.

A vida é vivida sem ensaios e essas quedas, esses aprendizados nos permitem ser pessoas mais lúcidas, mais atentas e nos ensinam em que medida devemos nos proteger, no limite entre nãos e tornar alguém rancoroso e amargo e a ponto de ler as pessoas e entender quando elas querem somar e quando elas querem subtrair. Depois de alguns erros e acertos, nós afinamos o compasso e seguimos adiante com provavelmente aqueles que vibram na mesma frequência, aqueles que entender o valor de cada conquista, de cada passo e que veem na simplicidade da parceria e da doação mútua, o segredo para qualquer trabalho fluir e funcionar a contento.

Ao longo de três anos, fui instrumento, algumas vezes nas mãos de Deus e outras nas mãos de oportunistas, mas sempre consciente. Perdi tempo, dinheiro e paciência, mas jamais perdi a fé e a esperança de que as pessoas são diferentes e quem nem todas vão se aproximar para fazer o mal. Em casa, tenho a sorte de um amor tranquilo e observador, que age nos bastidores, me aconselhando, me orientando, me advertindo e me ensinando a respirar, a agir com maturidade e a seguir em frente, fechar os ciclos ruins e me manter em equilíbrio. Não estou reclamando, estou abrindo a caixa de ferramentas para sobrevivência em um mundo que vive de aparências e onde todos estão carentes de atenção. Eu não. Tenho atenção suficiente de quem se importa de verdade comigo e quero ajudar você a andar na contramão da lógica de sociedade suja na qual vivemos.

Aprenda a filtrar. Não agrega valor, desligue-se, desconecte-se. Nos últimos meses tive provas concretas de quem estava comigo e quem estava ao meu lado para se beneficiar. Desconectei-me. Estou com quem precisa, estou com quem olha para o mesmo lado. Tudo passa, as lições ficam e a maturidade aumenta. Um processo lindo de evolução humana, onde você não precisa estar em sintonia com todos, mas com os quais você tem alinhamento de alma e comportamento você tem o dever de chegar junto. Quando aprendemos a filtrar, a vida fica mais leve, fica mais tranquila e o coração se enche de paz. Isso serve para pessoas, situações, coisas… Desapegar é o verbo da vez. Use-o, abuse-o e aplique-o. Aproveite que estamos no final do ano e faça uma faxina profunda. Muitas pessoas vão agradecer, especialmente você mesmo!

Um abraço e até o próximo texto!

Marcela Brito sou eu: muitas mulheres, muitas facetas, uma só identidade. Alguém com missão, paixão e coragem.

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