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Em tudo dai graças!

Amigos leitores,

Começo o texto com este verso de Tessalonicenses, da Bíblia. Não se preocupem, não será um texto alusivo à religião, mas àquilo que nos mantém vivos: a fé. Você pode dizer que não acredita em nada, mas se você vive neste mundo, certamente você crê em alguma coisa. Inconscientemente você crê. A fé é o que nos move, é o que nos faz crescer, evoluir e ser grande, verdadeiramente grande.

Dois mil e dezessete trouxe muitas realizações, todas por meio de desafios superados. Não há conquista sem luta, meu povo. E muitos de nós nem sempre estamos dispostos a pagar o preço da luta, mas desejamos intensamente conquistas que lamento dizer que não caem do céu. Outros sonham desesperadamente pelo dia em que a mega da virada trará a tão sonhada carta de alforria e o desejo incontrolável de dizer “aquelas poucas e boas” ao chefe. E alguns ainda esperam que a sorte venha por meio da vida de outras pessoas que, em sua máxima benevolência, lhes entregará algo desejado de bandeja.

Afinal de contas, caros, pelo que estamos vivendo e o que estamos celebrando? Um sistema que nos cerca e seduz o tempo inteiro, que nos ensina que boa é a viagem para um país rico, que boas são as peças de grife e eu já ouvi pessoas este ano dizerem que certamente você será julgado diferentemente pelas roupas que usa. Verdade verdadeira. Pouco me importa. Não faz diferença em minha missão. Este foi um ano que representou um divisor de águas. Seria a magia da chegada dos 30 anos ou seria o acúmulo de experiências vividas? Talvez os dois.

Este ano tenho exercitado muito a gratidão em tudo, absolutamente TUDO o que recebo. As realizações e as frustrações. Especialmente as frustrações me ensinaram que eu não sou a mulher maravilha e o empoderamento feminino não nos impede de sermos mulheres com a sabedoria de ouvir aquele que nos acompanha em nossa jornada. Como sempre fui muito independente, sofro com a dificuldade de ouvir muito do que meu marido me diz. Este ano eu brinquei com ele que ele precisa virar guru. Sim, desses que cobram milhões de dólares, porque é um olho mágico e uma sensibilidade que nem sei explicar. Alguém se aproxima de mim, ele liga o radar e diz: cuidado…

Neste ano em especial foram duas situações específicas: nas duas fui advertida a tomar cuidado e a ser mais racional. Não fui. Confiei. Não deu certo. Decepcionei-me. Eu me envergonho por não ter dado ouvidos à pessoa certa. Ele cala. Um respeito descomunal. Lições aprendidas. O erro nos faz alcançar patamares de aprendizado muito rapidamente e em tempo recorde. Isso nos fortaleceu. Uniu nosso propósito outra vez. E então, “em tudo dai graças!”. Ele assumiu a liderança de algo que para nós é importantíssimo, é nosso sonho, nossa caminhada, nossos valores, nosso legado.

Também em 2017 pude conhecer melhor muitas pessoas com as quais me relacionava apenas virtualmente. Todas surpreenderam, ora pela verdade intensa de suas almas e corações, ora pela simulação daquilo que não se é na essência. Um passo em falso e eu capto, eu entendo, eu absorvo. Abandono. Abstenho-me de levar comigo. Cheguei aos 30 anos e o perdão se tornou algo especial. Libero facilmente, mas entendo que nem todos precisam seguir comigo. Nossa energia é vital e precisa ser preservada. As pessoas estarão nos observando e isso já é o suficiente, elas não precisam ser envolvidas em nosso círculo social. São coisas diferentes. Com o tempo a gente aprende a lidar com isso e a entender que tudo e todos tem lugares específicos em nossas vidas.

Este ano retomei relacionamentos de forma mais íntima com quem vibra na mesma frequência, com quem vive a vida sem grilo, sem preocupação com o melhor ângulo na foto das redes sociais, com quem não publica tudo o que vive e com quem tem algo a mais a oferecer e entendeu o sentido de estar aqui. Presente. Pessoas são presentes, até as que se revelam a nós, sem que queiram se revelar. Caminho para 2018 mais leve, sem peso, sem carga, se compromisso com quem não tem compromisso comigo. Mais tranquila, mais feliz e mais decidida.

Chego em casa e encontro o maior de todos os tesouros: a sorte de um amor tranquilo, como cantou Cazuza, a alegria da maior das heranças, minha filha Elisa, a presença dos meus pais e a espera feliz pela chegada de meus sogros. Promessas sendo cumpridas. Certamente no fim ninguém vai se arrepender de não ter viajado para o melhor país, de ter feito aquele intercâmbio ou de ter ainda comprado aquela bolsa dos sonhos… no leito de morte as pessoas vão lembrar, sofrer ou não, pelo que não foram para os seus. E esta época é aquela que, talvez em uma analogia mais mórbida, remeta ao sentimento do fim. Fim de ano. Fim de ciclo. Fim. Que neste fim, que é sucedido de recomeço, renovo, restart, possamos fazer diferente. Ser grato pelo que muitos jamais terão, pelo que o dinheiro não pode comprar, pelo que não pode ser substituído é uma dádiva e um entendimento que passamos muito tempo para assimilar.

Em tudo dai graças! A cada um de vocês, que esteve comigo ao longo deste ano, me lendo, me questionando, me criticando, me sugerindo melhorias, comentando, respondendo e participando, toda a minha gratidão. A cada ano me torno melhor por causa de vocês! Somos a soma das nossas interações e as milhas sobem de nível a cada ano, graças a Deus! Tenham um natal maravilhoso e dediquem tempo e energia ao que não poderá ser resgatado depois. Vivam a magia de estarmos com aqueles que prezam nossa vida e presença! Um abraço muito carinhoso e um Feliz Natal!

Marcela Brito sou eu: muitas mulheres, muitas facetas, uma só identidade. Alguém com missão, paixão e coragem.

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