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Estágio: remuneração ou relacionamento?

Amigos leitores,

Hoje vou conversar sobre um tema que é alvo de muitas perguntas e e-mails que recebo constantemente por meio do meu blog. Especialmente os estudantes tem muita dúvida e interesse em saber o que seria melhor no período de estágio. Eu tive um breve período de estágio, que já nasceu por meio de um relacionamento que construí.

Ainda conto as dicas para vocês, de como construir redes em lugares onde você não tem muita influência…

Neste período de aprendizado, embora o ideal seja realmente absorver oportunidades que possam ajudar a amadurecer o perfil do jovem estudante por meio uma boa orientação em um ambiente corporativo, não é isso que as organizações, no geral, estão dispostas a oferecer, tampouco os estudantes desejam, na maioria das vezes.

Poucas vezes encontrei alunos meus dispostos a receberem uma bolsa menor em início de faculdade para terem uma experiência de aprendizado real e efetiva. Quase sempre almejam as bolsas de maior valor, e mesmo quando sabem que não agregam valor ou aprendizado, preferem ficar em virtude da situação financeira. Natural e compreensível, considerando o cenário econômico atual do país.

Mas, afinal de contas, o que um estágio deve e pode agregar mais: remuneração ou relacionamento? Eu confesso que só tive um estágio na vida, que durou apenas um mês. Foi na gerência de marketing de uma franquia da Blocksbuster, em Belém. Eu fui indicada para o processo seletivo por uma pessoa que conheci em uma entrevista para um estágio também no marketing, só que de uma franquia do CCAA, meses antes.

Ela saiu do CCAA antes que eu pudesse obter a resposta da vaga para o estágio, a vaga nunca foi preenchida, mas a entrevista foi o pontapé inicial para a primeira mentoria que tive na vida (e de graça, gente!). Caroline Benmuyal foi minha primeira mentora profissional. Ela era consultora e após nos conhecermos, sistematicamente ela me convidava para cafés e almoços, a fim de compartilhar sua trajetória, seus desafios e falar do que o mercado estava buscando.

Meses depois eu a convidei para ser a palestrante na noite de abertura do nosso evento acadêmico universitário (de graça) e ela aceitou! Foi, levou sua equipe e fez uma apresentação muito massa! E ainda levou sua amiga, que era gerente de Marketing da Blockbuster e que saiu dizendo que se precisasse de estagiário, já saberia onde poderia buscar candidatos.

Nesse mesmo evento acadêmico, levamos um economista para palestrar sobre empreendedorismo, que era professor na Microlins. Meses depois, ele me convidou para bater um papo com sua turma de alunos na Microlins, sobre o secretariado executivo e qualidade no atendimento ao cliente. Esse relacionamento frutífero me permitiu ser conhecida na Microlins e uns dois anos depois eu fui contratada como professora de Inglês em duas unidades.

Um mês de estágio e muitas possibilidades que me fizeram ser a profissional que sou hoje. O dinheiro é bom e eu sei que em Brasília a coisa é mais dura, as tentações são maiores, o deslocamento é mais caro, qualquer programa é mais caro do que em uma cidade como Belém. Porém, a questão que quero apresentar a vocês é que o que você constrói diretamente com as pessoas e o que elas podem ensinar a você, inclusive fora do ambiente de trabalho. Não me refiro a happy hours caros que as pessoas costumam frequentar na sexta-feira. Me refiro a sair junto com um colega e extrair dele o melhor em termos de experiência.

Na minha visão e respeitando as necessidades de cada um de vocês, a remuneração é muito importante e, se for possível aliar remuneração à experiência, excelente! Mas se tiver que optar por uma bolsa menor com chance de construir uma rede de relacionamentos que, inevitavelmente, o levará a conquistar ótimas remunerações no futuro, opte pela oportunidade de relacionamento. Vocês terão a vida toda para pensar em dinheiro. Mas neste início, priorize a experiência e o relacionamento.

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Marcela Brito sou eu: muitas mulheres, muitas facetas, uma só identidade. Alguém com missão, paixão e coragem.

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Comentários (1)

  1. Oi querida Marcela!

    Seu artigo hoje me foi muito pertinente. Vivo a realidade de uma estagiária em um escritório que aparentemente não me possibilita oportunidades profissionais grandiosas (estou aprendendo que oportunidades nós e quem procuramos), porém como meu ofício no escritório não exigir muito tempo, estou “utilizando” esse tempo para estudar e me aproximar de pessoas como você, que agregar valores maravilhosos na vida profissional e pessoal.

    Lugares “improváveis e impossíveis” nos dando asas e visões!

    Bjus

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Marcela Brito - 2009-2021